PRÁTICA
DOS PG’S
O Espírito Santo é a força-motriz que movimenta a Igreja.
Sem o poder do Espírito, a Igreja é incapaz de cumprir a sua missão.
LEITURA BÍBLICA
Atos 13.1-4.
1 — Na igreja
que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão,
chamado Niger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e
Saulo.
2
— E,
servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.
3
— Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos,
os despediram.
4
— E assim
estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para
Chipre.
INTRODUÇÃO
Nesta ministração focaremos nossa atenção
no poder do Espírito Santo na missão da Igreja de Cristo. Aqui, mostraremos que
o povo de Deus não pode prescindir do revestimento do poder pentecostal para
obter êxito na sua missão na Terra. Assim, demonstraremos que a ação do Espírito
Santo, e a contemporaneidade de seus dons na Igreja, não se trata de uma mera
opção, mas de algo imprescindível, a sua maior necessidade. Sem o Espírito
Santo, a igreja local não anda nem cumpre sua vocação.
I. A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO SEGUNDO O EVANGELISTA LUCAS
1. Um ensino revelado nos escritos de
Lucas. Tanto o Evangelho quanto o Livro de Atos, ambos escritos pelo
evangelista Lucas, revelam o ministério
do Espírito Santo na vida de Jesus e da primeira igreja como uma necessidade
imperiosa. Nesse sentido, o evangelista mostra que sem a ação do Espírito no
ministério de Jesus e na vida da
igreja, os cristãos não estariam qualificados para ser testemunhas do Senhor.
Essa promessa estava associada ao revestimento do poder do Espírito, conforme
descrito nas palavras de Jesus como o “poder
do alto” (Lc 24.49).2.O enchimento do Espírito como experiência necessária. O
Senhor Jesus só começou o
seu ministério
depois de ser cheio do Espírito Santo (Lc 3.21,22).
2. Nosso Senhor fez a obra de Deus e a fez
no poder do Espírito Santo. Ele foi capacitado pelo Espírito Santo (Lc 4.18,19)
e dependeu dEle para exercer o ministério
(Lc 5.17; Mt 12.28). Da mesma forma, a igreja só deveria iniciar o trabalho
missionário quando fosse revestida desse mesmo poder. Por isso, podemos afirmar
que, no contexto literário do evangelista Lucas, especialmente no Livro dos
Atos dos Apóstolos,
o Espírito Santo aparece como uma necessidade, não como opção
3. O enchimento do Espírito como uma
experiência concreta. Se por um lado Lucas apresenta o Espírito Santo como uma necessidade
na vida da Igreja, por outro, ele mostra que o enchimento do Espírito ocorre
como uma experiência concreta na vida do crente. Nesse sentido, o Livro de Atos
retrata a experiência pentecostal como um acontecimento objetivo, não
subjetivo. Ela podia ser “vista”
e “ouvida”
(At 5.32). Havia manifestações físicas que se tornavam reais para quem as tinha
e visíveis para quem as presenciava. Em outras palavras, quem recebeu sabia que
havia recebido (At 11.15-17). Dentre os muitos sinais, um se sobressaía sobre
os demais — o falar
em línguas desconhecidas (At 2.4; 10.44-46; 19.1-6).
4. A doutrina pentecostal clássica. Desde
seus primórdios,
a doutrina pentecostal clássica afirma que “o
falar em línguas desconhecidas” é a
evidência física inicial do batismo no Espírito Santo. Em três ocasiões no Livro de Atos, a
manifestação das línguas está presente e, em todas elas, chama a atenção o fato
de “todos” terem experimentado o fenômeno de falar em
outras línguas (At 2.4; 10.44-46; 19.6). Até mesmo a narrativa de Atos 8.14-25, onde não há menção de ocorrência de línguas,
o evangelista parece deixar subtendido que as línguas estiveram presentes ali
(At 8.18; cf. At 9.17). Assim, estudiosos dos livros de Lucas reconhecem que o
uso que o evangelista faz das expressões “Batismo no Espírito Santo” ou “ser cheio do Espírito Santo” em Atos dos Apóstolos tem a ver com a experiência do
derramamento do Santo Espírito acompanhada de línguas desconhecidas como evidência
inicial.
II. O ESPÍRITO SANTO CAPACITANDO
AS TESTEMUNHAS
1. Capacitando as testemunhas. No Livro de
Atos, é possível
perceber o ensino da capacitação do Espírito Santo sob diferentes perspectivas.
Primeiramente, o Espírito capacitando líderes
para o desempenho da obra de Deus (At 4.33). Nesse sentido, vemos o apóstolo Pedro sendo “cheio do Espírito Santo” quando foi confrontado
pelos sacerdotes (At 4.8); o apóstolo
Paulo quando é cheio
do Espírito Santo para resistir a Elimas, o mágico (At 13.9). Depois, vemos
também que não eram só os que
faziam parte do colégio apostólico
que eram cheios do Espírito. Pessoas “comuns” também eram revestidas do poder do alto. Na verdade,
o que se observa em Lucas é que o
revestimento do Espírito veio sobre “toda carne” (At
2.17).
2. Pessoas simples capacitadas pelo Espírito.
Vemos isso claramente quando Ananias, até então,
um ilustre desconhecido, é convocado
por Deus para impor as mãos naquele que seria o maior apóstolo de todos os tempos, Paulo (At 19.10,11).
Assim também Estevão
e Filipe, que haviam sido escolhidos para “servirem
as mesas”, fazendo sinais e prodígios (At 6.8; 8.6). Fica patente que Deus não
tinha uma classe privilegiada para fazer a sua obra. Ele possuía testemunhas
capacitadas pelo Espírito Santo.
3. Capacitando a igreja. No contexto literário
e doutrinário de Lucas, a igreja do Novo Testamento é vista como portadora de uma missão profética. Nela, há um ministério profético de todos os crentes (At 2.17). Nesse
sentido, conforme o contexto de Atos, o testemunho não é apenas individual, como mostrado nesta lição,
mas também de
toda a igreja descrita em Atos. Assim, essa comunidade de crentes, capacitada
pelo Espírito Santo, ganhava a confiança e a admiração das pessoas ao seu redor
(At 2.47). Portanto, o crescimento das igrejas em Atos estava associado ao
testemunho dado pelos grupos de crentes capacitados pelo Espírito Santo (At
9.31).
III. O ESPÍRITO SANTO COMO FONTE GERADORA DE MISSÕES
1. O envio missionário. O capítulo 13 do
livro de Atos dos apóstolos
narra o envio dos primeiros missionários da igreja em Antioquia. O que chama a
atenção nessa narrativa é a participação ativa do Espírito Santo no envio
missionário. Nesse texto, Lucas menciona que havia alguns profetas na igreja
que estava em Antioquia (13.1). É bem possível que essa observação do autor
sagrado fosse para explicar como se deu a participação do Espírito Santo no
comissionamento de Paulo e Barnabé para a
primeira viagem missionária. Lucas mostra que, por intermédio dos dons do Espírito, os dois obreiros
foram separados para uma grande obra de maneira clara e audível. O foco do
evangelista é que o
Espírito Santo é a fonte
geradora de missões, pois Ele é quem
vocaciona e envia (At 13.2).
2. A estratégia missionária.
Em um mundo multicultural, a questão da estratégia missionária
deve ser levada em conta. Não somente enviar, mas quem enviar, quando enviar e
como enviar. Por exemplo, Paulo e Barnabé poderiam
ter adotado a estratégia
errada na obra missionária quando intentaram pregar na Ásia e Bitínia, mas foram impedidos pelo Espírito Santo
(At 16.6,7). Foi o Espírito Santo que decidiu quem deveria ouvir o Evangelho naquela
circunstância (At 16.9). Ponderamos aqui que, muitas vezes, é possível que agências
missionárias e igrejas adotem uma estratégia
errada no envio de missionários. Não
basta só o desejo de fazer missões, mas é preciso buscar a orientação do Espírito Santo a
respeito de como isso deve ser feito.
CONCLUSÃO
Encerramos
esta lição e, consequentemente, este trimestre, mostrando que o Pentecostes faz
toda a diferença no cumprimento da vocação
missionária da Igreja. Sem a ação do Espírito Santo, a igreja local
está desabilitada para cumprir sua missão. O Espírito Santo é a força-motriz do Corpo de Cristo em sua dimensão
local. Sem o Espírito Santo, a igreja não vai a lugar algum.