TEXTO CENTRAL
“Portanto,
ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo.” (Mt 28.19).
PRÁTICA DOS PG'S
O batismo é uma ordenança de Jesus Cristo e, por isso, deve
ser uma prática obedecida pela igreja.
LEITURA
BÍBLICA
Romanos 6.1-11
1 — Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado,
para que a graça seja mais abundante?
2 — De
modo nenhum! Nós
que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?
3 — Ou
não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na
sua morte?
4 — De
sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo
ressuscitou dos mortos pela glória
do Pai, assim andemos nós
também em novidade de vida.
5 — Porque,
se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição;
6 — sabendo
isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado
seja desfeito, afim de que não sirvamos mais ao pecado.
7 — Porque aquele que está morto está justificado
do pecado.
8 — Ora,
se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos;
9 — sabendo
que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá
domínio sobre ele.
10 — Pois,
quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver,
vive para Deus.
11 — Assim
também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas
vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, vamos estudar uma importante prática cristã — o Batismo em águas. Veremos que o rito do
Batismo foi praticado por João Batista, Jesus Cristo e seus apóstolos e, posteriormente, pelos cristãos da Igreja
Primitiva.
É uma prática, portanto, de grande importância
para a Igreja de Cristo. Contudo, como toda doutrina cristã, a prática do
Batismo também tem
sofrido desvios ao longo da história,
tanto no seu propósito
quanto na sua forma. Assim, é necessário
deixarmos a Bíblia falar a fim de que o propósito correto para o qual foi instituída essa
importante prática seja observado.
I. PRESSUPOSTOS BÍBLICO-DOUTRINÁRIOS DO
BATISMO
1. O Batismo visto como sacramento: a origem de
um erro. A tradição católica e alguns segmentos do protestantismo histórico veem a prática
do batismo como um sacramento. A palavra “sacramento” vem do latim sacramenntum,
significando um sinal sagrado capaz de conferir graça àquele que dele
participa. Nesse sentido, Agostinho (354-430 d.C.), bispo de Hipona, que
introduziu esse desvio na igreja, entendia que o batismo, como sacramento, é um rito que transmite
graça espiritual independentemente da fé de quem o pratica. Esse entendimento teológico-doutrinário define um sacramento como
sendo um sinal visível de uma graça invisível.
Dessa forma, na visão de algumas tradições
cristãs, o batismo torna-se necessário para a salvação.
2. O Batismo não é sacramento, mas ordenança de Cristo. O ensino bíblico
concernente ao Batismo é que ele é uma
ordenança e não um
sacramento: “Ide,
portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e
do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Não há, portanto, no Batismo, um poder mágico capaz
de transmitir graça para a salvação. O ensino bíblico é que o
Batismo é uma
ordenança dada por Cristo a quem já foi alcançado pela graça, e não a quem quer
obter alguma graça através dele.
3. O Batismo deve ser administrado aos adultos.
O mesmo Agostinho que entendia o Batismo como um sacramento, defendeu também que os bebês, por haverem nascidos com o
pecado original, precisavam ser batizados para serem salvos. Nesse caso, o
Batismo deveria ser administrado a eles para anular o pecado original.
Evidentemente que esse entendimento do bispo de Hipona está contra o ensino de
Cristo, que afirmou que as crianças fazem parte do Reino de Deus: “Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os
estorveis de vir a mim, porque dos tais é o
Reino dos céus” (Mt
19.14). Logo, não há
vestígios no Novo Testamento de crianças sendo batizadas, pois nosso Senhor
disse que o Batismo deveria ser administrado a quem cresse (Mc 16.16). Uma
criança, que ainda não chegou à idade da razão não tem maturidade para crer e
fazer escolhas.
II. O SÍMBOLO E O PROPÓSITO
DO BATISMO
1. Símbolo do Batismo: Identificação com
Cristo. O Batismo por imersão simboliza a união
do crente com Cristo, por meio de sua a morte, sepultamento e ressurreição.
Essa verdade é afirmada
pelo apóstolo
Paulo aos cristãos que estavam em Roma (Rm 6.3-5). Dessa forma, o apóstolo mostra que o ato de emergir da água, onde
havia sido submerso, retrata com precisão a identificação do cristão com a
ressurreição de Cristo. Essa mesma verdade é afirmada na Carta aos Colossenses: “Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos”
(Cl 2.12). Isso simboliza que o cristão morreu para a velha vida e agora entrou
na nova vida em Cristo.
2. O Propósito do Batismo: Testemunho público da fé cristã. No contexto da fé bíblica, o Batismo é uma pública profissão de fé. Isso significa que o crente, quando desce às águas
batismais, está testemunhando de forma pública perante o mundo da sua nova vida
em Cristo (At 2.41). Quem se candidata ao Batismo deve estar convicto e
consciente da fé que abraçou. Aqui, não há território
neutro (Cl 2.6). Enfim, o batismo é para
salvos e convertidos que estão dispostos a seguir Jesus (At 8.12; 16.14,15).
3. Não há espaço
para indecisão. Somente cristãos
indecisos rejeitam ser batizados. Às vezes
isso acontece por ignorância ao sentido do ato. Outras vezes é por falta de convicção de fé. No primeiro caso, às vezes o crente entende
que após
ser batizado não pode mais cometer qualquer tipo de falha. Embora a Bíblia
mostre que o crente deve evitar o pecado (1Jo 2.1), contudo, o Batismo não pode
ser visto como uma vacina que imuniza o cristão contra o pecado. Este é vencido quando se anda no Espírito (Gl 5.16).
Por outro lado, há muitos que rejeitam o Batismo justamente por falta de
conversão. Estão conscientes das implicações que esse rito traz e não estão dispostos a cortar o
cordão umbilical com o mundo.
III. A FÓRMULA E O MÉTODO DO BATISMO
1. Fórmula trinitária do Batismo. Durante a Grande Comissão,
Jesus orientou seus discípulos: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Essa é a fórmula trinitária do batismo cristão. Isso porque esse texto
cita as três pessoas da Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Um só Deus, três
pessoas distintas, com uma só essência. No rito do Batismo, portanto, a orientação
de Jesus precisa ser seguida pela invocação do nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo.
2. Fórmula
herética do Batismo. Nem todos
os grupos dentro da tradição cristã seguem a fórmula trinitariana. Há
grupos que seguem um tipo de doutrina modalista. Um exemplo é o unicismo. Esse grupo batiza seus membros
somente em nome de Jesus. O suporte bíblico
dele é buscado em alguns textos
do livro de Atos, onde supostamente se negaria a prática trinitariana (At 2.38; 19.5). Convém dizer que esses textos não negam a fórmula trinitária
nem tampouco negam a Trindade. Na verdade, o que é dito é que o Batismo era feito na autoridade de Jesus,
isto é, naquilo que Ele fez e
ensinou.
3. Imersão: o método bíblico
do Batismo. Convém dizer
que não há
vestígios da prática do Batismo por aspersão no Novo Testamento. Esse tipo de
Batismo se caracteriza por aspersão de água sobre o candidato. Entretanto, o
contexto do Novo Testamento mostra claramente que o Batismo nos dias bíblicos
era por imersão. A palavra grega baptizo possui o sentido de “mergulhar” e “submergir”
tanto na Bíblia como fora dela. Vários textos bíblicos mostram a prática bíblica do Batismo por imersão: o povo saía para
ser batizado por João no (dentro de) rio Jordão (Mc 1.5); da mesma forma,
quando foi batizado, Jesus “saiu
da água” (Mc
1.10); João batizava onde havia muita água
(Jo 3.23).
CONCLUSÃO
Procuramos abordar as questões mais relevantes
concernentes ao Batismo em águas. Mostramos que, embora não tenha a atribuição de salvação a
quem dele participa, o Batismo é, sim,
uma prática que deve ser levada a sério
por todo crente que quer seguir as Palavras de Jesus. Por meio do Batismo nos
identificamos com Cristo Jesus e tornamos pública a nossa profissão de fé.