TEXTO CENTRAL
“E
ele mesmo deu uns para apóstolos,
e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e
doutores.” (Ef 4.11).
PORÁTIUCA DOS PG'S
Os dons ministeriais foram dados com o objetivo
de edificar a Igreja e promover a maturidade de seus membros.
LEITURA
BÍBLICA
Efésios 4.11-16.
11 — E
ele mesmo deu uns para apóstolos,
e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e
doutores,
12 — querendo
o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo,
13 — até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão
perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,
14 — para que não
sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina,
pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente.
15 — Antes,
seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
16 — do
qual todo o corpo, bem-ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas,
segundo ajusta operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação
em amor.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos o ministério em suas diferentes funções e ofícios, bem
como as qualificações que, biblicamente,
são exigidas para o seu exercício. Primeiramente, mostraremos
que, de modo bíblico, todo cristão exerce um ministério sacerdotal que o habilita a ministrar
diante de Deus. Nesse sentido, não
há diferença entre o membro e a liderança. Todos são
sacerdotes de Deus. Por outro lado, as Escrituras mostram claramente que Deus
escolheu determinadas pessoas para funções e ofícios específicos. Esses ministros
chamados por Deus têm a função de servir à Igreja de Cristo e trabalhar no
aperfeiçoamento dos santos.
I. O MINISTÉRIO
SACERDOTAL DE TODO CRENTE
1. O Sacerdócio no Antigo Testamento. A prática do sacerdócio é bem
antiga entre os hebreus. Ela saiu da esfera familiar para se tornar uma complexa
prática cerimonialista. Dessa forma, a
evolução do sacerdócio
na Antiga Aliança é como
segue: (1) no princípio, quando surgiu a necessidade de se oferecer sacrifícios,
os cabeças das famílias eram seus próprios
sacerdotes (Gn 4.3; Jó 1.5); (2) Assim, na era dos patriarcas, encontramos o
chefe da família exercendo essa função (Gn 12.8); (3) Israel, como nação,
foi posta como sacerdote para outros povos (Êx 19.6); (4) no Monte Sinai, o
Senhor limitou a prática sacerdotal à
família de Arão e à tribo de Levi (Êx
28.1; Nm 3.5-9).
2. Uma doutrina bíblica confirmada no Novo
Testamento. O Novo Testamento apresenta o sacerdócio da Antiga Aliança como um tipo de Cristo
(Hb 8.1) que operou o derradeiro sacrifício pelos pecados do povo. Assim, não mais
uma família, tribo ou nação é detentora
do sistema sacerdotal. Agora, é a
Igreja que constitui o sacerdócio
universal de todos os crentes (1Pe 2.5; Ap 5.10; cf. Jr 31.34). Logo, se
debaixo da Antiga Aliança o sacerdote era um ministro do culto, agora, sob a
Nova Aliança, como sacerdotes, oferecemos o próprio corpo em sacrifício vivo (Rm 12.1,2);
ministramos o louvor como fruto de nossos lábios (Hb 13.15); intercedemos pelos
outros (1Tm 2.1; Hb 10.19,20); proclamamos as virtudes daquele que nos chamou
das trevas para a sua maravilhosa luz (1Pe 2.9); e mantemos comunhão direta com
Deus (2Co 13.13).
3. Uma doutrina bíblica resgatada na Reforma
Protestante. No catolicismo romano, o sacerdócio é limitado à figura
dos padres. Não há
a função
sacerdotal para os membros da igreja. Nesse caso, o Papa é considerado o vigário de Cristo na Terra. Por
isso, cabe destacar aqui que o resgate da doutrina bíblica do sacerdócio universal dos crentes, tal qual se encontra
no Novo Testamento, foi uma obra da Reforma Luterana do século 16. Para o reformador alemão, “qualquer
cristão verdadeiro participa dos benefícios de Cristo e da Igreja”. A Reforma
pregou um retorno radical às Escrituras, como bem definiu seu slogan no Sola
Scriptura (somente a Escritura). Nas páginas das
Escrituras Sagradas, podemos ver a grandeza dessa preciosa doutrina.
II.
A ESTRUTURA MINISTERIAL DO NOVO TESTAMENTO
1.
O ministério
quíntuplo. O texto de Efésios
4.11 diz que Deus pôs na Igreja apóstolos,
profetas, evangelistas, pastores e mestres. Essa relação é descrita comumente como “ministério quíntuplo” da Igreja.a)Apóstolo. Alguém enviado em uma missão (Mt 10.2; Lc 22.14; At
13.2).
2.
Alguns requisitos podem ser destacados para
alguém ser um apóstolo: Ter estado com o Senhor Jesus (At
1.21,22); ter sido uma testemunha da ressurreição de Jesus (At 1.22); ter visto
o Senhor (At 9.1-5); ter operado sinais e maravilhas (2Co 12.1-5). Assim, no
Novo Testamento, o apostolado pode ser visto mais como uma função do que um ofício.
b) Profeta. O profeta era alguém inspirado e autorizado para falar em nome de
Deus. Nesse aspecto, ele era um porta-voz de Deus. No Novo Testamento, o
profeta exortava e consolava (At 15.32) e trazia revelação do futuro (At
11.27-29). Contudo, a Escritura distingue o ministério de profeta do dom da profecia. Assim,
somente alguns eram chamados para ser profetas (Ef 4.11) enquanto todos
poderiam exercer o dom da profecia (1Co 14.5,31).
c) Evangelista. É
alguém cujo ministério é centrado
na salvação de almas (At 8.5; 21.8).
d) Pastores e mestres. O pastor possui a função
de apascentar (Jo 21.16) enquanto o mestre, a de ensinar (Rm 12.7).
2. O serviço de diáconos e presbíteros. O Novo
Testamento mostra como o diaconato foi instituído (At 6.1-7). O sentido do
verbo grego diakoneo é “servir” e ocorre 37 vezes ao longo do Novo
Testamento. Esse significado aparece em Atos 6.2. Da mesma forma, o substantivo
grego diakonia, ocorre 34 vezes no texto neotestamentário.
Ele também
aparece com esse sentido de “servir” em Atos 6.1. À luz do contexto de Atos 6, observamos que o
diaconato era um serviço dedicado mais à esfera social da igreja. Por outro
lado, o presbyteros,
traduzido como “presbíteros”, ocorre 66 vezes no
texto grego do Novo Testamento. Em Atos 14.23, o termo é usado para se referir aos anciãos que presidiam
as igrejas. Esse mesmo sentido é usado
por Lucas em Atos 20.17, quando Paulo se encontra com os presbíteros de Éfeso. Dessa forma, o presbítero era alguém que supervisionava, presidia ou ainda exercia
alguma função pastoral.
III.
AS QUALIFICAÇÕES PARA O MINISTÉRIO
1.Qualificações
de natureza moral. O apóstolo
Paulo expõe as qualificações para o exercício ministerial nas suas cartas
pastorais (1Tm 3.1-15; Tt 1.5-9). Aqui listamos apenas algumas delas: Não
apegado ao dinheiro, ou seja, não avarento (1Tm 3.3); ser irrepreensível (1Tm
3.2; Tt 1.6), ou seja, alguém que não
possua nenhuma acusação válida (1Tm
3.10), o que não significa ausência de pecado, mas uma vida pessoal ilibada,
acima de qualquer acusação legítima e
de algum escândalo público.
2. Qualificações
de natureza social. Ao longo das cartas pastorais verificamos também a necessidade de qualificações de natureza
social, tais como: o aspirante ao ministério não pode ser soberbo, isto é, arrogante e orgulhoso (Tt 1.7), uma pessoa de
difícil convívio
social, alguém que,
devido à sua soberba, mantém-se
obstinado em sua própria opinião, age com teimosia e arrogância; o aspirante
também não pode ser irascível
(Tt 1.7), truculento, violento, aquele que possui um temperamento mais colérico, uma pessoa que não pensa duas vezes antes
de agir de forma descontrolada contra outro, desqualificando-o para ser
ministro do Senhor.
3. Qualificados para o ministério. De acordo com as cartas pastorais, podemos
afirmar que há qualificações
claras para o exercício do ministério da
Igreja de Cristo. Nesse sentido, os ministros do Corpo de Cristo têm como
requisitos inegociáveis para o exercício do ministério as qualificações morais e sociais conforme
estudados aqui.
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos o ministério sob diferentes aspectos. Vimos que a
doutrina do sacerdócio
universal dos crentes é inteiramente
bíblica. Todo crente tem o privilégio de
apresentar a si mesmo e a outros diante de Deus, sem a necessidade de
mediadores terrenos. Vimos também que
Deus pôs na Igreja alguns para o exercício de determinadas funções específicas. Esses ministérios devem ser vistos como dons de Deus à Igreja.